Até agora a ideia dos óculos do Google, que usam microcâmera, recursos de realidade virtual e interação com telefone inteligente, não vingou. Tanto que a empresa decidiu reavaliar o projeto e estuda uma segunda geração. Existe também preocupação com a intimidade das pessoas que podem ser filmadas sem autorização.
Mas o conceito mostra potencial para ser usado por motoristas, pois o carro é um ambiente mais privativo. Pelo menos assim pensa a Mini, marca da BMW, que apresentou um protótipo no recente Salão de Xangai — o conceito teve problemas durante o evento, aliás. Com isso, ainda não há previsão de lançamento deste acessório de visão aumentada. Se produzido em grande escala, porém, teria preço estimado de um telefone celular topo de linha.
Foram citadas ao menos sete funções agregadas:
1- possibilidade de programar o destino antes mesmo de entrar no veículo — setas virtuais de auxílio à navegação, pontos de interesse ao longo da rota e até espaços livres para estacionar se apresentam para manter o motorista focado no tráfego;
2- informações sobre velocidade e seus limites na via, que são projetadas acima do perímetro do volante, sem ocultar os veículos à frente;
3- aviso de no caso de mensagem ou torpedo, que podem ser ouvidos nas hastes dos óculos;
4- visão de raios-X através de portas e colunas dianteiras por meio de microcâmeras instaladas externamente de tal modo a revelar objetos e áreas externas encobertas;
5- outras microcâmeras nos espelhos permitem monitorar a distância até a guia para evitar raspar as rodas e pneus em manobras de estacionamento;
6- projeção no alto do para-brisa, no lugar onde fica a faixa degradê, de textos para quando se está parado em congestionamentos;
7- um escâner ajudaria a localizar no escuro botões e comandos no teto do carro sem necessidade de ligar a iluminação interna, por vezes incômoda.
Óculos de realidade aumentada promete revolucionar auxílio ao motorista… mas protótipo não funcionou no Salão de Xangai
Ajustes
Ainda há alguns problemas a resolver. É preciso equacionar a exata posição dos óculos para ter as imagens identificadas perfeitamente com o mundo real, pois movimentos da cabeça, mesmo os menores, podem formar borrões para um lado ou outro e de cima para baixo. Exige, portanto, configuração prévia e calibração, antes de pendurá-los nas orelhas.
Embora não seja uma tecnologia madura para a vida prática dos automobilistas, a Sony e a Microsoft também desenvolvem acessórios com expedientes de realidade aumentada que podem ser embutidos em óculos.
Na verdade este conjunto de equipamentos chamados de vestíveis, a exemplo dos relógios de pulso inteligentes, ainda precisam passar pelo crivo de aceitação por parte dos consumidores.
Não se tem certeza se cairão nas graças de todos, a um preço razoável, ou se as baterias logo se esgotarão como acontece com celulares com muitos recursos.
Fonte: UOL