Os motores de combustão interna, ou seja, motores que queimam combustível, seja ele gasolina, álcool, gás natural, gás de cozinha, óleo diesel, enfim, combustíveis que literalmente explodem dentro do motor, geram uma enorme quantidade de calor, em função destas explosões contínuas.
Por mais que tenham evoluído ao longo dos anos até hoje, os motores de combustão interna ainda são ineficentes quando têm que converter a energia química em força mecânica. Cerca de 70% da energia da gasolina converte-se em calor quando é queimada. A função do Sistema de Arrefecimento era colocar este calor que está no motor para fora, para o ambiente. Somente 30%* da energia gerada é convertida em força mecânica. Hoje em dia tiramos mais proveito deste calor, mas o sistema de arrefecimento deve receber mais atenção do motorista.
Antigamente, a solução era simples: a água circulava por túneis dentro motor, absorvia o calor e depois passava pelo radiador que sempre recebia vento, seja pelo movimento do carro, ou pelo ventilador (ventuinha), resfriando a água novamente.
Com o passar do tempo, descobriu-se que manter o motor a uma certa temperatura poderia melhorar sua eficiência. Então o Sistema foi aperfeiçoado de modo que sua função agora é aquecer o motor o mais rápido possível e manter a temperatura no nível ideal. Temperaturas mais altas, fazem com que as partes metálicas tenham menos atrito e com que o óleo lubrificante flua melhor entre estas partes. Com melhor fluxo de óleo este também ajudará na absorção de calor, e por isso, surgiram os radiadores de óleo: para resfriá-lo também.
Fluídos de arrefecimento
Hoje, a maioria dos motores têm maior eficiência operando na faixa de 115ºC a 135ºC. Logo, se a água ferve a 100ºC, não é uma boa idéia utilizar somente água. Então, como fazer? A combinação correta é: água + aditivo + pressão, variando esta mistura, conforme a localização onde veículo roda.
Para obter esta eficiência, é necessário que todos os componentes estejam funcionando corretamente: sensores de teperatura, válvula termostática, tampa do reservatório suplementar e, claro, o eletroventilador (ventuinha).
Em casos de emergência, nunca deixe o motor morrer de sede. Se precisar, complete com água da torneira e procure o seu mecânico nos próximos dias para evitar problemas maiores.
O líquido de arrefecimento, normalmente, é composto de etilenoglicol ou propilenoglicol que fazem aumentar o ponto de fervura (ebulição) e diminuir o ponto de congelamento (fusão), permitindo que os motores funcionem normalmente em temperaturas mais elevadas. Os aditivos podem ser encontrados já diluídos em água ou ainda concentrados em diferentes proporções, que são informadas no rótulo da embalgem. Cabe à você e ao seu mecânico verificar qual a mistura correta de água e aditivo para o motor do seu veículo. Esta informação está no manual do proprietário.
O que deve-se entender por “água” neste caso?
Devemos entender por água o componente H²O. A água que encontramos na torneira, tem diversos outro componentes como flúor e cloro. A água mineral também não é pura e muitas marcas são até radioativas. Confira nas embalagens de água mineral.
Então a água que deve ser usada nos carros é a “água deionizada” conhecida nas oficinas como “água de bateria”, pois a água de bateria possui características não corrossivas, ideal para o contato com as partes metálicas do motor.
Aditivos falsos
Assim como existem pessoas corretas, também há pessoas dispostas a ganhar dinheiro passando outros para trás. Então sempre use uma marca de aditivo que você ou seu mecânico conheça, e desconfie do preço muito baixo. Um teste muito simples pode ser feito usando o densímetro: um aparelho parecido com um grande conta-gotas, que toda boa oficina deveria ter, para medir a proporção de aditivo na mistura, entre outras funções.
Além das marcas de aditivo já consagradas, alguns fabricantes de radiadores também comercializam aditivos de qualidade, usando marca própria. As montadoras ainda disponibilizam suas próprias marcas deste produto nas concessionárias (agências).
Mitos
Muita gente acredita, até hoje, que a aplicação de aditivo pode corroer partes do sistema de arrefecimento. Você coloca o aditivo e começam a aparecer vazamentos.
Um dos componentes dos bons aditivos é o detergente, que recolhe a sujeira e a fuligem que naturalmente se formam com o tempo, mantendo-as em suspensão. Basta verificar a coloração do líquido para ver quanta sujeira está presa a ele. Se a cor do líquido do reservatório estiver com cor de ferrugem ou muito escura, é porque há muitas impurezas. Assim como o óleo do motor que tende a ficar escuro com o acúmulo de impurezas, o líquido de arrefecimento também deve ser trocado periodicamente.
Mas se você só utilizava água da torneira, a ferrugem acumulada nas peças do motor será removida pelo aditivo; e esta ferrugem acumulada poderia estar impedindo algum vazamento. Quando for removida, prepare-se para o vazamento. O aditivo fez a sua parte e limpou o sistema de arrefecimento. Logo, a culpa do vazamento ou da corrosão de alguma peça não é dele. É sua!
Dicas
Como o líquido de arrefecimento é mantido sob pressão dentro do motor, o nível não deve baixar. Se precisar completar o nível a cada semana, é porque o motor está perdendo o fluído de alguma forma, que pode não ser visível.
Nunca complete o nível até a boca do reservatório de expansão do líquido de arrefecimento. Respeite a indicação de nível máximo inscrita em relevo na peça.
Se precisar trocar a tampa do reservatório, observe qual a pressão de funcionamento dela. A tampa contém um válvula que alivia o sistema no caso da pressão aumentar muito, para proteger as vedações do motor. Cada carro tem sua tampa correta!
Fonte: Motor SA