Sabe como anda a idade média da frota dos caminhões no Brasil? Em qual faixa o seu caminhão encontra-se? Vamos à análise dos dados de registros da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres). Já é sabido que a idade média mais alta dos caminhões é a dos profissionais autônomos. Está em 18 anos, segundo a agência reguladora. A idade média da frota das cooperativas é de 11,5 anos e das empresas é de 10,3.
Os mais velhinhos são os caminhões chassi rígido com PBT (Peso Bruto Total) entre 8 e 29 toneladas que chegam aos 24 anos de média (autônomos), 16,1% (cooperativas) e 11,8 (empresas). São caminhões geralmente usados para distribuição urbana e de curta distância 4×2, 6×2 e 8×2. Deve se considerar que, para ter uma média de 24 anos, há muitos caminhoneiros rodando com caminhões com mais de 30 anos de uso, até mesmo, com 40 anos ou mais.
Na categoria cavalo mecânico, as idades médias são: 19 (autônomos), 14,2 (cooperativas) e 8,8%. A idade média desses modelos é menor porque é um tipo de caminhão que começou a crescer em vendas dos anos 1990 para cá.
A alta idade média dos caminhões brasileiros está totalmente ligada à falta de política do governo para o setor de transporte. A dificuldade do acesso ao financiamento por parte dos caminhoneiros e menor dificuldade das empresas criou esse gigantesco vácuo entre idade média entre autônomos e empresas. Além disso, mais uma vez, a falta de regulamentação e uma política de frete tem feitos os caminhoneiros autônomos viverem sem condições nem mesmo de fazer a manutenção mecânica de seus veículos, quanto mais, criar poupança para trocá-lo por um novo.
Outra questão é a falta de um plano de renovação de frota. Vários países do mundo conseguem manter uma idade menor por não haver tantas barreiras e dificuldades para se comprar um caminhão novo e incentivar a troca do veículo velho por um novo. Essa política traz diversos benefícios econômicos, ambientais e de segurança para uma nação.
Para ter uma ideia, um caminhão fabricado em 2015 polui menos do que 30 caminhões fabricados na década 1990 juntos. A diferença dos sistemas de segurança, como freio, suspensão e cabine, por exemplo, é gigantesca. No Brasil, há anos que se discute o tema, porém, nenhum projeto nunca saiu do papel e fazer isso poderia ser o mínimo que o governo brasileiro pelos caminhoneiros, pela segurança nas estradas e pelo meio ambiente.