Em 2017, a Volkswagen apresentou a nova geração do Polo praticamente ao mesmo tempo na Europa e no Brasil. Pouco mais de 3 anos depois, o hatchback recebeu a chamada reestilização de meio de geração, com mudanças mais visuais que técnicas e que é esperada para o Brasil entre 2022 e 2023.
Enquanto ele não chega, o Motor1.com França andou no VW Polo reestilizado e já podemos conhecer algumas coisas que veremos por aqui. Por lá, é o líder do segmento e briga com modernos hatches, como o Ford Fiesta, Peugeot 208, o Toyota Yaris europeu, Renault Clio, Citroën C3 e outros. O Polo não tem diferenciais como versões eletrificadas, mas é um carro que pode fazer tudo e bem.
Mais Golf do que nunca
Como dá para perceber pelas fotos, a Volkswagen fez uma leve reestilização visual. Lado a lado com a anterior, dá para perceber mais rapidamente as diferenças. Sim, o Polo está mais próximo do Golf visualmente, mas ainda tem as dimensões de um hatch compacto, com cerca de 4 metros de comprimento.
Faróis e lanternas mudaram, adotando LEDs como um padrão, e um feixe de LEDs na grade dianteira é item da versão mais cara, como no Golf MK8 e em outros modelos da marca, como o Taos no Brasil. Na Europa, a partir das versões Style e R-Line, o Polo é equipado com tecnologia Matrix LED e um volante capacitivo para os sistemas de condução semi-autônoma. Até por lá, são novidades no segmento.
Uma evolução suave
Há também mudanças no interior, com o painel de instrumentos digital como padrão em todas as versões, variando o tamanho conforme a versão, e um novo volante com o aro capacitivo que permite manter as mãos sobre o volante sem precisar de solavancos para ele perceber suas mãos ao dirigir de forma semi-autônoma. O controle do ar-condicionado foi atualizado, com um controle sensível ao toque a partir da versão Style.
Mesmo que existam controles por toques não tão bons, os do Polo não são os melhores que já vimos – pelo menos os comandos não estão em sub-menus no sistema multimídia. Por falar em telas, o Polo vem de série com a tela de 8″ compatível com Apple CarPlay e Android Auto na Europa, o novo Discover Media – no Brasil, deverá ser o VW Play, com a tela de 10″ já presente em outros modelos. Em espaço interno, o Polo é bom, com boa acomodação na segunda fileira mesmo para adultos. O porta-malas, com 351 litros, é o melhor da categoria, acima dos 311 litros do Peugeot 208, 284 litros do Renault Clio e 286 litros do Toyota Yaris local.
Ao volante
Nesta avaliação, o Polo usa a versão de 95 cv do motor 1.0 TSI com o câmbio manual de 5 marchas. Por lá, deverá ser a mais vendida, seguida pela de 110 cv com o câmbio automatizado de dupla embreagem e 7 marchas, o DSG. Não há mais versões com o motor turbodiesel, apenas gasolina ou o TGI de 90 cv, com gasolina e gás natural.
Esta versão com 95 cv é bem convincente. Falta força abaixo das 2.000 rpm, já que a entrega de torque acontece entre 2.000 e 4.500 rpm e perdendo o fôlego perto das 5.000 rpm. É um típico motor de 3 cilindros, exceto que as vibrações são quase imperceptíveis. É um bom ponto em comparação com seu concorrente direto, o PureTech de 1.2T da Stellantis, que não brilha como este.
E para completar, tem um apetite menor, com uma média de 15,6 km/litro em nossa viagem de 300 km pelas estradas montanhosas de Córsega com gasolina européia. Com um novo turbo de geometria variável e com ciclo Miller que apareceu neste novo motor, que recebeu o código EA 211 Evo um pouco antes desta reestilização.
O mesmo vale para a direção e câmbio, que não foram modificados de forma alguma pelos engenheiros. Nosso carro, versão Style, combina bem conforto e dinamismo, com uma propensão para o primeiro com suas rodas de 16″. Uma viagem rápida em uma versão R-Line com o pack Sport é suficiente para confirmar nossa ideia de que este Polo é mais confortável do que esportivo, apesar das rodas de 17″ e a suspensão 15 mm mais baixa com o pack Sport.
Mais estética que técnica, esta reestilização ajudará o Polo a se manter líder em alguns mercados. Com preços dos carros cada vez mais altos, os clientes observam nele um “mini-Golf” cobrando menos. No fundo, o Polo não deve muito ao Golf, exceto o espaço interno e um motor híbrido, que ajudaria nas baixas rotações.
Um “baby-Golf”?
Inegável ver neste Polo um filhote do Golf, tanto em preço quanto desempenho. Versátil, tecnológico e bem acabado, lidera dentro do grupo Volkswagen no segmento de compactos, apesar da recente remodelação do Seat Ibiza, da nova geração do Skoda Fabia (que se aproxima demais dos preços do Polo), ou mesmo de um Audi A1 que só tem quatro anéis como valor agregado em comparação com um Polo.
Talvez tivéssemos gostado que uma gama mais completa de motores, incluindo um híbrido-leve, especialmente em um mundo onde a eletrificação está se tornando um formidável argumento de comunicação e vendas. A Volkswagen pode se gabar de ter o melhor carro de três cilindros do segmento, mas os híbridos estão ganhando cada vez mais espaço.
E no Brasil?
A Volkswagen anunciou que fará investimentos no Brasil, que dará origem a uma nova família de modelos compactos de entrada, inclusive o novo Polo Track já reestilizado. A promessa é para 2023, quando o hatch deverá ter o novo visual e alguns dos equipamentos apresentados na Europa, principalmente em segurança. O caminho que o hatch realmente seguirá aparecerá nos próximos meses.