Mais novo Volvo XC60 T8 2023

30/08/2022 - 09:30min

No eixo traseiro, o motor elétrico é o que mais mudou. Sai a unidade de 87 cv e 24,5 kgfm, entra uma nova com 147 cv e 31,5 kgfm, um ganho considerável que joga a potência combinada do XC60 de 407 cv e 65,3 kgfm para 462 cv e 72,3 kgfm de torque, números que o destacam ainda mais pelas ruas. Para alimentar esse conjunto, os módulos de bateria foram reorganizados e receberam uma nova camada, indo de 11,6 kWh para 18,8 kWh, sendo 14,9 kWh úteis, ainda instaladas no túnel central.

Como é?

Esta geração do XC60 sempre se destacou no segmento. É feito sobre a plataforma SPA da Volvo, maior e mais refinada que a do XC40, por exemplo. Esta reestilização da segunda geração não trouxe grandes mudanças visuais a um carro que é bem resolvido, sóbrio e discreto, assim como não mudou pontos bons e ruins.

Por dentro, o XC60 2023 trouxe do XC40 o novo visual do painel de instrumentos, fácil de visualizar e que conversa com o sistema Google do carro para a parte de navegação, por exemplo. O acabamento segue um ponto de destaque, com couro, madeira, alumínio e, nesta versão, o seletor de câmbio em cristal Orrefors, sueco como o carro. Os bancos em couro podem ser substituídos por tecido, feito em composto reciclado.

Além do acabamento bem cuidado, o XC60 tem bom espaço interno. Na primeira fileira, os bancos estão separados por um console central alto, que guarda as baterias do sistema híbrido. No banco traseiro, dois adultos vão com conforto, com saídas de ar-condicionado nas colunas B, mas um terceiro terá um problema para acomodar as pernas, já que esse túnel alto atrapalha bastante. No porta-malas, com abertura e fechamento elétrico, 468 litros de capacidade.

Como anda?

A Volvo aprendeu com o XC40 elétrico algumas coisas e repassou ao XC60. As baterias maiores e o motor mais potente no eixo traseiro transformaram a experiência de ter o SUV médio para um uso sem gastar gasolina. A versão anterior era bem mais dependente do 2.0 a combustão, algo que a Volvo não quer mais que aconteça.

Esse sempre foi um ponto que questionei no XC60, principalmente depois da chegada dos novos concorrentes plug-in que funcionam bem mais com o elétrico, seja na transmissão dianteira ou no eixo traseiro. O SUV sueco não conseguia se locomover com tanta facilidade com o elétrico antigo e acabava “dando a partida” no a combustão, o que prejudicava o consumo principalmente urbano. Ao mesmo tempo, em mundo real, dificilmente se rodava mais de 40 km com uma única carga.

Bateria cheia, ligo o XC60 pelo botão giratório no console central. Silêncio, apenas indicando no painel que está tudo pronto. No seletor em cristal, engato o SUV e ele segue em silêncio. O desafio de subir minha rua, que não é pouco íngrime, era enfrentado pelo anterior apenas com a ajuda do motor a combustão. Dessa vez, o SUV sobe a rua ainda quieto e sem dar sinal de que acionaria o 2.0 turbo.

E isso se segue pelas ruas do bairro, marginais e chegada a qualquer destino enquanto o carro mantém uma parte da carga das baterias. Cheguei aos 75 km 100% elétrico, perto dos 78 km declarados pela Volvo, já que usei o ar-condicionado boa parte do tempo e ele é um consumidor. Como aconteceu com o Jeep Compass 4xe, foi até difícil chegar a um número de consumo urbano no modo Hybrid, mas apontamos no painel 25 km/litro em circulo urbano.

E só conseguimos esse número ao forçar o motor a combustão em algumas acelerações e, ao chegar em um nível mais baixo de bateria, ele usar o 2.0T para auxilio mesmo sem estar com autonomia elétrica zerada – com cerca de 15 km, ele já começa a misturar os motores com maior frequencia. Na estrada, os 20 km/litro só apareceram ao também pedir mais aceleração, mas roda tranquilamente a 120 km/h apenas no elétrico, se precisar, dentro da autonomia.

O sistema de regeneração, seja em freio ou desaceleração, ajudou nisso tudo. Ainda é possível recarregar o XC60 com o motor a combustão em um modo de condução selecionado pela central multimídia, mas sua maior eficiência acontece com a ajuda da tomada e carregadores externos. Quanto necessário, o câmbio automático de 8 marchas faz as trocas suaves e sem trancos, como esperado de um SUV de luxo.

Essa potência extra combinada do XC60 deixou ele mais rápido. Em nossos testes, foi dos 5,6 segundos de 0 a 100 km/h para 4,8 segundos. Nas retomadas, uma melhora de 0,6 segundo tanto em 40 a 100 km/h quanto em 80 a 120 km/h. Mais eficiente e mais rápido? Pois é, a mágica da eletrificação em um SUV médio com muito conforto, dotado de suspensão independente e boa relação entre dirigibilidade e agradar aos ocupantes.

Quanto custa?

O XC60 2023 manteve o pacote de assistências ao motorista como item de série. Funciona bem, mas já percebemos que está ficando defasado quando comparado a sistemas de concorrentes, já ainda mais inteligentes. Isso deverá mudar apenas na virada de geração da marca, que começa com o XC90 no próximo ano.

A versão Ultimate, intermediária da linha, custa R$ 419.950. Detalhes cromados no exterior, rodas de 20″, faróis fullLEDs adaptativos, sistema Google, agora atualizado para Apple CarPlay com fio, carregador por indução e teto-solar panorâmico se destacam. Você pode ir para versões acima, como a Polestar, com suspensão e freios esportivos, por R$ 456.950 se quiser algo a mais.

Conclusão

O Volvo XC60 T8 2023 é uma boa forma de, quem ainda tem algum “medo”, entender a eletrificação. Pode experimentar a vida 100% elétrica, mas não depender de carregadores e poder viajar longas distâncias abastecendo gasolina. Ficou mais rápido e mais eficiente sem perder boa qualidades, como conforto e pacote de tecnologias.

Já sentimos um pouco a idade do projeto. O XC60, principalmente no interior, já começa a envelhecer quando comparado a concorrentes, assim como seus sistemas de condução vêem evoluções em concorrentes diretos. Ainda assim, mesmo acima dos R$ 400 mil, tem um bom custo/benefício pelo o que oferece no geral. Continuará um dos premium favoritos no mercado brasileiro, com certeza.

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