Os incentivos do governo que reduziram o IPI e o preço dos carros pouco interferiram nos licenciamentos de maio, avaliou a associação das fabricantes, Anfavea, nesta quarta-feira, 6. Segundo dados divulgados pela entidade, a alta de 11,5% das vendas em maio sobre abril se devem em parte pelo maior número de dias úteis, 22 contra 20. A média diária atingiu 13 mil unidades no mês passado, crescimento de 1,3% sobre a média do mês anterior, em linha com os números divulgados pela Fenabrave.
Segundo o presidente da Anfavea, Cledorvino Belini, os efeitos do IPI menor aparecerão de forma efetiva em junho. Em maio, as vendas com o novo IPI começaram no dia 24. De acordo com os números apresentados pelo executivo, no período de 7 dias, de 28 de maio a 5 de junho, os licenciamentos oscilaram entre 7,2 mil e 17,7 mil unidades, sendo que em 31 de maio atingiu pico de 18,5 mil veículos vendidos. Alguns movimentos aceleraram o ritmo dos negócios no mês, como o aumento do fluxo de clientes nas revendas em 70% e a alta de 120% dos negócios em feirões realizados no fim de semana seguinte ao anúncio dos incentivos. Neste período, a aprovação de concessão de crédito dobrou, de 30% para 60%, informou Belini.
O cenário no período acumulado ainda é de retração: as vendas caíram 4,8% de janeiro a maio na comparação com iguais meses de 2011, para 1,3 milhão de unidades, puxadas pela queda do segmento de caminhões, de 12,5% na mesma base de comparação. Contudo, a Anfavea manteve as projeções do ano, nas quais espera crescimento de 4% a 5% em 2012 sobre o ano anterior, para 3,7 mil unidades. Para fechar a conta, as vendas deverão atingir uma média de 333,8 mil unidades em cada um dos sete meses restantes do ano. Este volume foi ultrapassado apenas uma vez no ano passado, em dezembro (348,4 mil), que foi o melhor mês do ano e quando os negócios são tradicionalmente aquecidos.
“Vamos aguardar o fim do primeiro semestre e o desempenho de junho para avaliar toda a conjuntura econômica e só então teremos condições de fazer uma nova projeção para o ano”, disse Belini, que frisou estar otimista com o desempenho do setor para o segundo semestre e com as atitudes do governo para conter os reflexos da crise internacional, apesar da revisão para baixo do crescimento do PIB.
Fonte: AutomotiveBusiness