A mudança de legislação de emissões com a adoção da norma Proconve 7 ou Euro 5 deve causar alterações importantes na rotina de construtoras, mineradoras e outras empresas que mantém frotas de caminhões no Brasil. Um possível cenário sobre as novas condições a partir da nova norma em vigor desde 1º de janeiro deste ano foi apresentado pela Associação Brasileira de Tecnologia para Equipamentos de Manutenção (Sobratema), que reúne as principais empresas do setor de construção no País, em workshop realizado na ultima terça-feira, 24 de abril, em São Paulo.
Segundo Cláudio Afonso Schmidt, membro da diretoria técnica da entidade, o impacto não estará limitado ao maior custo do caminhão Euro 5, em média, com preços 10% acima dos praticados nas versões Euro 3.
“Vai haver aumento do custo das operações”, afirma o executivo, apresentando números de uma simulação no sistema de cálculos de custos oferecido pela entidade em seu site: o resultado revela que para um caminhão basculante rodoviário 6×4 de 36 a 40 toneladas, o custo de manutenção geral deve aumentar 7% com relação a um caminhão Euro 3, enquanto os gastos com combustíveis e lubrificantes serão 10% maiores.
As empresas também deverão considerar outros itens necessários para manter caminhões Euro 5 em suas frotas, como a modificação nas plantas de abastecimento que muitas delas mantêm em seus canteiros de atuação, o que para o executivo, pode resultar até em duplicação do sistema: um para diesel comum e outro para o diesel S50; a aquisição de novos tanques de abastecimento ou modelos bi-partidos, inclusão do sistema de abastecimento de Arla 32, que só pode ser armazenado em recipientes de aço inox e de materiais plásticos sem aditivos, e um sistema de identificação dos caminhões para evitar erros no abastecimento.
No entanto, Schmidt aponta algumas opções que para ele, podem compensar o aumento do custo operacional das novas frotas: redução no consumo do combustível, aumento da produtividade, melhoria na manutenção que aumenta a vida útil do veículo, melhor condição de revenda e economia dos pneus por meio de alinhamento e calibragem regulares.
“É indiscutível que a norma veio com o nobre objetivo de melhorar a qualidade de vida a partir da redução das emissões de poluentes, o que pode ser considerado um avanço levando em consideração que há poucos anos não havia qualquer preocupação ambiental com relação ao diesel: isso vai acabar com a zona de conforto em que está o usuário deste combustível”, conclui.
Fonte: AutomotiveBusiness