A montadora Agrale, depois de registrar um primeiro semestre fraco, com queda de 20% nas vendas devido à retração dos mercados de caminhões e ônibus no país, anunciou uma retomada e prevê encerrar 2012 com alta de 10% no faturamento bruto, captando pouco mais de R$ 1 bilhão. De acordo com a companhia, as vendas devem avançar 15% no segmento de veículos, para 8 mil chassis para ônibus, caminhões leves e médios e utilitários civis e militares, e 14% na linha de tratores de até 168 cavalos de potência, para perto de 2,2 mil equipamentos. “As margens foram sacrificadas no primeiro semestre, mas se recuperaram no segundo”, explicou o diretor de vendas, Flávio Crosa. Em 2011, a empresa, que é de capital fechado e completa 50 anos de operação em dezembro, teve receita consolidada líquida de R$ 760,3 milhões e lucro líquido de R$ 39,4 milhões, mas o executivo preferiu não projetar a margem líquida para este ano.O segmento com pior desempenho para a Agrale em 2012 foi o de caminhões, que deve fechar com queda de 20% nas vendas físicas, para 800 unidades. A retração foi influenciada pela introdução da nova tecnologia de controle de emissões, o Euro 5, nos motores a diesel no Brasil, que ficaram mais caros. “Mas nos últimos dias houve uma ativação maior da procura, o que deve alavancar as vendas no quarto trimestre”, afirmou Crosa.Em compensação, ainda no segmento de veículos, a empresa vendeu dois mil chassis para os miniônibusVolare, da Marcopolo e adquiridos pelo governo federal para o programa Caminhos da Escola. Outros 1,5 mil devem ser entregues em 2013. A companhia aumentou a produção dos utilitários Marruá, sendo 340 unidades vendidas para uso do Exército.Conforme Crosa, o cenário para 2013 é positivo e a Agrale espera crescimento de 7% no faturamento bruto. De acordo com ele, a expectativa é que o mercado brasileiro de ônibus avance de 28 mil a 29 mil neste ano para 30 a 31 mil no ano que vem, e que o de caminhões passe de no máximo 135 mil unidades para 155 mil no mesmo período, beneficiado pelo Programa de Sustentação do Investimento (PSI) do governo federal. “Financiamento de dez anos com juros de 2,5% ao ano é uma dádiva”, disse o diretor-presidente Hugo Zattera.
Fonte: www.caminhoes-e-carretas.com