Mesmo após um ano de vigência do Inovar-Auto, programa que tem por objetivo aumentar o conteúdo e o desenvolvimento nacional dos veículos fabricados no Brasil, o setor automotivo brasileiro continua a ser o maior importador do País. Segundo dados consolidados esta semana pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), no ano passado as importações de automóveis de passageiros (US$ 9,08 bilhões, segunda maior pauta), autopeças (US$ 8,3 bilhões, em quarto lugar) e caminhões (US$ 3,34 bilhões, em 11º) somam US$ 20,7 bilhões, figurando assim na primeira colocação dos principais produtos importados – à frente até das compras externas de petróleo (US$ 16,3 bilhões).
A diferença de um ano para outro é que as exportações de veículos montados (carga e passageiros) subiram expressivamente de US$ 5,8 bilhões em 2012 para US$ 7,7 bilhões, enquanto as importações não mudaram, ficaram estáveis na casa dos US$ 12,5 bilhões em ambos os anos. Devido ao aumento das vendas externas de automóveis, considerando só os veículos o déficit da balança comercial foi reduzido em US$ 2 bilhões de um ano para outro, de US$ 6,7 bilhões para US$ 4,7 bilhões.
Mas o resultado foi negativamente compensado pela elevação no valor das autopeças importadas, de US$ 6,7 bilhões para US$ 8,3 bilhões, contra pequena queda da cifra de exportações, de US$ 3,8 bilhões para US$ 3,3 bilhões, resultando em déficit de quase US$ 5 bilhões na balança de componentes, ante US$ 3 bilhões um ano antes. Vale lembrar, contudo, que os números divulgados pelo MDIC correspondem a menos da metade dos quase 500 itens usados na fabricação e manutenção de veículos. Os dados completos ainda estão sendo consolidados pelo Sindipeças, que reúne cerca de 500 fornecedores do setor, mas a projeção é de que o saldo negativo das autopeças em 2013 encoste nos US$ 10,5 bilhões.
Fonte: www.automotivebusiness.com.br