Preocupação com a aerodinâmica

O assunto é tão importante que tem sido destaque em salões internacionais.

26/10/2012 - 14:49min

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Que as fabricantes de caminhões buscam soluções para reduzir o consumo de combustível e melhorar o desempenho de seus veículos não é novidade. Na hora de buscar o melhor resultado, até o design do veículo é pensado detalhadamente. Por isso, há algum tempo algumas montadoras vêm aperfeiçoando a aerodinâmica de seus modelos para atingir estes resultados.

Pensando nisso, o uso de defletores em caminhões contribui com a economia. Embora não existam números precisos, estima-se que a utilização do equipamento possa reduzir o consumo de combustível em até 10%, porque o equipamento ajuda o veículo a vencer a força do arrasto – termo técnico para resistência aerodinâmica – eliminando as áreas de refluxo de ar na parte inferior ou superior da cabine, por exemplo.

Todos os veículos sofrem com o arrasto, entretanto, nos caminhões a resistência aerodinâmica é ainda maior, pois o chassi e o implemento são, geralmente, projetados por empresas diferentes, sem haver uma integração de formato. Segundo informações do INEE (Instituto Nacional de Eficiência Energética), não havendo um casamento aerodinâmico, o vão entre as unidades faz crescer a resistência do ar, exigindo mais força do veículo e, consequentemente, maior consumo de combustível. Estimativas do INEE indicam que em velocidades superiores a 80 km/h, aproximadamente, 70% da potência do motor do caminhão é utilizada apenas para romper a força do arrasto.

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O assunto é tão importante que tem sido destaque em salões internacionais. O IAA (Salão Internacional do Transporte) que acontece a cada dois anos em Hannover, na Alemanha, por exemplo é frequentemente palco de apresentações de inovações relacionadas à aerodinâmica. Em 2010, por exemplo, a Iveco apostou forte nesta questão com o lançamento de uma versão do Iveco Stralis com diversos detalhes que priorizavam itens aerodinâmicos.

Já neste ano, outras montadoras investiram pesado na questão. A Mercedes-Benz, por exemplo, lançou no último IAA – que aconteceu em setembro – a iniciativa “Caminhão & Reboque Aerodinâmicos”, com o objetivo de reduzir ainda mais o consumo de combustível.

De acordo com a companhia, o novo reboque aerodinâmico da Mercedes-Benz pode economizar aproximadamente 2.000 litros de diesel anualmente, fazendo com que o operador economize quase 3.000 euros. Além disso, o modelo reduz a emissão de CO2 em mais de cinco toneladas por ano.

Em termos reais, caminhões sujeitos à cobrança de pedágio nas estradas alemãs (12 t e acima) rodam cerca de 25 bilhões de quilômetros, o que corresponde a 300 milhões de litros de diesel que podem ser economizados em um ano, assim como mais de 800.000 toneladas de emissões de CO2.

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O segundo veículo, o caminhão aerodinâmico da Mercedes-Benz, economiza de 300 a 600 litros de diesel anualmente e até 1,5 toneladas de CO2. O reboque e o caminhão aerodinâmico foram apresentados no IAA – a maior feira de veículos comerciais do mundo.

Essa redução no consumo foi possível com soluções que diminuíram a resistência do ar em 18%. A montadora destaca que um spoiler (defletor) reduz a distância até a unidade de tração, diminuindo a resistência do ar em 1%. Além disso, os painéis de acabamento aerodinâmicos em plástico nas laterais do caminhão contribuem com uma melhoria de 8% na resistência do ar. Além disso, o difusor traseiro tem formato de um paralelogramo que se junta com os painéis da parte inferior da carroceria. Também feito em plástico, melhora a resistência do ar em cerca de 2%. Outro ponto destacado pela fabricante é a “cauda de barco”. Feita em alumínio, o equipamento é um afunilamento traseiro que mede até 400 mm de comprimento, melhorando a resistência do ar. As medições foram feitas em túnel de vento em condições reais. (EV)

Fonte: www.ocarreteiro.com.br

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